RESÍDUOS DE CELULOSES DESPEJADOS EM SOUSELAS

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No Concelho de Coimbra, de Condeixa-a-Nova e do Concelho de Cantanhede, andam a ser depositados a céu aberto, milhares de toneladas de lamas e cinzas provenientes do fabrico de celuloses. O que configura um crime ambiental. Isto numa altura em que se investe tanto capital e recursos humanos em sustentabilidade.

A denunciante é Patrícia Reis que contou ao Diário de Coimbra, nesta terça-feira, 7 de Janeiro deste ano de 2025, afirmando: « Foi meia-hora! Se estiverem lá entre as 9h00 e o meio-dia, os camiões não pararam».

Estas lamas e cinzas requerem, no quadro do sistema europeu, de devido tratamento e de procedimentos específicos como aterros controlados e devidamente creditados para o efeito. Ou incineração com os devidos sistemas de controle.

No Concelho de Coimbra esses resíduos tóxicos são depositados nas traseiras do parque de estacionamento de camiões junto à IP3 em Souselas da UF de Souselas e Botão.

Patrícia Reis deu início a um processo recorrente de denúncias em Novembro do ano passado, sobre a deposição de resíduos de laboração industrial a céu aberto em locais sem o mínimo de condições. Algunspróximos de lençois freáticos - declarou a denunciante ao DC.

«Não são resíduos inócuos, são resíduos que estiveram em contacto com produtos químicos». Sublinhando que estando a céu aberto representam um «problema para a saúde pública» que se fará sentir ao longo do tempo nestes 3 Concelhos do Distrito de Coimbra.

No dia 30 de Dezembro, Patrícia Reis recebeu a informação de que o processo estava concluído e a denúncia era considerada «procedente». Contudo a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC) «não tinha qualquer informação sobre o procedimento a adotar».

Para a cidadã interveniente, Patrícia Reis, o problema está nos custos para o legal tratamento destes resíduos.
Em causa não estão as celulosas que, sublinha, contratualizam recolha com empresas, às quais «pagam o serviço».

E essas empresas têm que apresentar o comprovativo da respetiva entrega no devido destino, mas garantidamente isso não está a acontecer.

Desconhece-se a posição das freguesias afetadas e das respetivas Câmaras Municipais. Nitidamente falta a fiscalização adequada. Uma fiscalização mais atenta como a que é feita pelas Câmaras Municipais às obras privadas ou ao estrito cumprimento das regras aos pequenos comerciantes - como acontece no Concelho de Coimbra. Um tipo de fiscalização que anda de régua na mão e não perdoa uma falha de centímetro.

Ainda sobre a CCDRC aconselhou a munícipe, mais atenta do que as Câmaras Municipais e Juntas de Freguesias, a «continuar a apresentar queixas», aconselhando também ao contacto com associações ambientalistas a juntar à «participação pública».

Interessante perceber-se quais as prioridades das Câmaras Municipais envolvidas.

JAG