Onde a imundice impera

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                Por muito que se escreva e diga, nada consegue espelhar a imundice a que está votada a rua do Teixeira/Taxeira do seu nome Raúl dos Reis Carvalheira, uma transversal da rua de Aveiro que desde há muito tem apenas como funções, estacionar automóveis e passear cães, estes ali levados várias vezes ao dia para defecarem. Contam-se pelos dedos aqueles que apanham os “presentes” que os seus animais ali deixam, falando-se mesmo que terão sido os donos dos bichos quem instituiu a prática que tal limpeza compete aos que ali sobem e descem dos seus carros, calcando amiudadas vezes os dejectos que estão espalhados e que, no pensamento daqueles, sempre acabam por se disseminar cada vez que os distraídos moradores têm de esfregar os sapatos nos ladrilhos antes de entrarem em casa! De facto, são anacrónicas estas situações de impunidade para quem prevarica, de passividade para quem se sente lesado e ofendido e de falta de princípios e de ética para quem assim gere e governa os direitos dos cidadãos. Chega-se ao desplante de haver pessoas que prendem à trela – para que seja visto - o saquinho destinado a apanhar os tais dejectos, mas tal vem no mesmo sítio, sem ser utilizado. Outros, na sua grande maioria, nada levam, é tudo para vir agarrado aos sapatos de quem por ali vive! E são poucos, muito poucos mesmo os que cumprem e são asseados! Há tempo, contaram-me um episódio acontecido numa cidade vizinha e relacionado com este assunto, que não resisto transcrever. Num prédio de condomínio vivia um indivíduo que tinha um cão que ele sempre passeava, fazendo o animal as suas necessidades nas imediações, sem que ele as apanhasse. Fizeram-lhe chegar várias mensagens perante tal procedimento mas o senhor sempre as ignorava. Até que um dia, uns tantos averiguaram do endereço, juntaram uns excrementos e enviaram-lhos por encomenda! Sendo por si só promíscua esta atitude o que é certo é que o homem alterou o comportamento, constatou-se por ali! Faço questão de referir, ao tornar pública esta minha indignação, que para além de enviar o texto para os nossos jornais o reencaminharei também para a Câmara, Polícia Municipal, PSP e Junta de Freguesia, na esperança que de algum lado haja eco e que esse eco se espalhe por esta Coimbra fora, onde tanta gente, pela mesma razão, igualmente se interroga. E que se não diga, da impossibilidade de saber quem são os transgressores e de como resolver o problema, pois para tal basta colocar umas câmaras de vigilância por onde tal acontece e a partir daí proibir que tenha cães quem se comportar daquela maneira.

António Castelo Branco