O PRESIDENTE VAI RECEBER OS OPERADORES COMERCIAIS

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Conforme é público, José Manuel Silva, presidente da Câmara Municipal de Coimbra, a convite da Agência para a Promoção da Baixa de Coimbra (APBC), vai encontrar-se com os comerciantes, empresários e outros intermediários que laboram na Alta e Baixa da cidade.

A convocação, recebida via e-mail, feita pela APBC, refere que o evento será realizado no antigo Salão Brazil, no Largo do Poço, no próximo dia 18, Terça-feira, pelas 19h30.

Refere ainda o comunicado que “Embora a entrada seja livre, está limitada a 60 lugares sentados, pelo que a reserva é aconselhada.”

Voltando uns anos, uns meses e uns dias, deve ser lembrado que o ex-presidente Manuel Machado, para além de se estar a marimbar para os problemas dos negociantes, não recebia e, se alguém fosse às reuniões de Câmara falar das dificuldades sentidas, era ele próprio a obstaculizar e a desvalorizar os queixumes. Nesta parte das relações humanas negativas – salvaguardando outras qualidades do anterior edil – sem rebuço, afirmo: adeus, “Manel”. Estás perdoado, mas não voltes!

Ora, com este compromisso, passados cerca de três meses depois de tomar posse, ainda em estado de graça, José Manuel Silva quer demarcar-se do seu pretérito. É como se dissesse sem dizer: eu sou diferente e, olhos-nos-olhos, vamos discutir os problemas e procurar soluções.

Digo eu: muito bem, meu caro presidente, vamos a isso! Mas antes de encarar os lojistas, convém tomar algumas providências, como por exemplo:

1 – Este encontro, obrigatoriamente, deve ser realizado no Salão Nobre da Câmara Municipal de Coimbra. O Salão Brazil, tendo em conta a importância do encontro não detém suficiente dignidade institucional.

Bem se entende que a escolha do local teve em conta o diminuto numero de presenças em anteriores congressos.

É de supor que este encontro, numa espécie de “se fosse o outro eu não ia, mas, como este é novo e parece diferente, deixa lá ver o que dá”, suscite uma enorme curiosidade entre os mercadores e, desde que bem publicitado, marque presença mais gente do que é prespectivável.                                                                                                                  

2 – Este cara-a-cara, por parte de José Manuel Silva, é crucial e impactante para a sua imagem de credibilidade futura entre quem trabalha no Centro Histórico. Inevitavelmente, com propostas credíveis e obra materializada a surgir para além das promessas, neste “bate-papo”, terá de saber convencer. Se falhar, o presidente não terá mais hipóteses de ser ouvido com atenção por aqui. É uma oportunidade que lhe é dada para se salvar o Centro Histórico, a Baixa e a Alta, a cidade e, acima de tudo, fazer renascer a esperança em pessoas que, por força da inércia, há muito  a perderam. Tem de se entender que há mais de vinte anos que os operadores (sobre)vivem num limbo onde a insegurança na velhice e o empobrecimento é a marca dos dias que correm.

VALE A PENA PENSAR NISTO? 

António Luis Fernandes Quintans