RIMA VAGABUNDA
O imaginário
Imaginei-te ali sentada! Cabelos loiros e soltos! Bonita! Porque beleza é "fundamental"! Lábios cor de Cereja e a alvura do teu sorriso rasgado. Nos olhos, um brilho estranho que me pareceu esconder muita tristeza e desengano! Fiquei preso no incenso da vela que acendeste e com que iluminaste o vazio deste entardecer, sem esperança.
Saímos! O caminho era azul, cor de Céu e verde vivo, emergindo da terra, quente e seca! Contámos o tempo em passos, sem tempo para viver a vida que não tivemos!
Pelo caminho, fomos sepultando segredos e medos, nas covas que abrimos, até ao fim do assustador ciclo que se fecha, com a paragem do tempo!
E os sonhos azuis foram ficando cinzentos! E então quedaram-se, morreram, nos mais perversos sentimentos!
Faço uma pausa no imaginário, tentando escrever tudo ao contrário: Realmente!
Luís Constantino
_______________________