Gira a terra
A terra gira contra as amadas horas
Onde cruzadas se desfolham
Os ventos pisam as planas águas
Das efémeras nascentes
E os velhos moinhos sobrevivem à solidão
Dos passantes ausentes de estórias.
Colhem os tetos enraivecidos de nada
Sentem a dor perpetrada p'las chuvas
E dizem desconhecer o abismo
Nas veias frias correm preces
Vilas aldeias erguem bandeiras
E as lágrimas inundam os barqueiros
Fechadas as portas das maldades
Vestem varões em plácidas saudades
Na terra o paladar das rosas em canteiros.
Sofia Geirinhas (Poetisa do pé-descalço)
Imagem:- Moinho Vitorino Nemésio Penacova (retirado da net)