Ciúme

 
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(antecâmara do inferno)


Não quero, do ciúme, remoques,
é preferível nunca mais te ver,
não te permitir que me toques,
para que, felizes, possamos ser.


Da nossa relação, não invoques
dúvidas que só tu pensas haver,
não me ofendas, não provoques,
bons motivos para te esquecer.

Garanto, beneficias do meu olvido,
libertas-te desse teu, sem sentido,
esmoer ciúme, de mental enfermo.

Mas, assume, na situação, afastado,
do fim da nossa relação és o culpado
porque a transformaste num Inferno.

Edgard Panão

(Poesia Arcaica)

Arte: - Salvador Dali - O Inferno